Entenda os Principais Códigos Fiscais

Parte 2 de 2

Por Rafael Castanho | 29/05/2024 | 8 Minutos de leitura

Continuando nossa série sobre gestão fiscal, vamos destacar a importância vital dos códigos fiscais para empreendedores gerenciarem seus negócios com eficácia, independentemente do tamanho ou setor. Entender e aplicar esses códigos de forma correta é fundamental para garantir a conformidade legal e evitar possíveis penalidades que poderiam afetar negativamente a saúde financeira da empresa.

 

O Que São Códigos Fiscais?

Os códigos fiscais são sistemas de classificação e identificação que categorizam as diferentes atividades econômicas, tributárias e administrativas realizadas pelas empresas. Eles são cruciais desde o registro até a apuração de impostos, emissão de documentos fiscais e outras finalidades. No contexto brasileiro, destacam-se códigos como CNAE, CFOP, CST, NCM, CRT, CEST, CPOM, CNR, CT e CTN.

 

Por que São Importantes?

  • Conformidade Tributária: Evitam problemas legais e garantem o cumprimento das obrigações fiscais.
  • Redução de Multas: Minimizam o risco de penalidades por erros ou omissões na documentação fiscal.
  • Facilitação da Gestão: Organizam transações comerciais de forma padronizada, facilitando a gestão financeira e contábil.
  • Transparência Operacional: Tornam claro o registro e a identificação das operações, promovendo transparência.
  • Apoio ao Planejamento: Fornecem dados precisos para análise de desempenho e planejamento estratégico.

 

Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)

A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é um sistema essencial de classificação de mercadorias adotado nos países membros do Mercosul para questões aduaneiras e tributárias. Com base no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, a NCM utiliza códigos de oito dígitos para identificar produtos de forma minuciosa.

Seu propósito principal é estabelecer uma padronização na classificação de mercadorias, visando facilitar o comércio internacional, a fiscalização alfandegária, a definição de políticas tarifárias e a apuração de impostos.

O código NCM compreende oito dígitos, sendo os primeiros seis correspondentes ao Sistema Harmonizado e os dois últimos especificando ainda mais o produto dentro do Mercosul.

Por exemplo, o código NCM 8703.22.90 refere-se a automóveis com motor de explosão, com cilindrada superior a 1.000 cm3, mas não superior a 1.500 cm3, e capacidade para mais de seis passageiros.

A utilização do NCM é obrigatória na emissão de notas fiscais, no processo de desembaraço aduaneiro para importação e exportação, e na determinação da tributação aplicável, como IPI, ICMS, PIS e COFINS.

Sua importância reside em facilitar o controle aduaneiro, padronizar a classificação de produtos para o comércio internacional e auxiliar na correta apuração dos tributos sobre as mercadorias.

 

Código de Regime Tributário (CRT)

O Código de Regime Tributário (CRT) é um elemento crucial para definir o regime de tributação ao qual uma empresa está submetida. Esse código é obrigatório nas notas fiscais eletrônicas e desempenha um papel fundamental na apuração dos tributos.

O principal objetivo do CRT é especificar o regime tributário da empresa, indicando se ela se enquadra no Simples Nacional, no Lucro Presumido ou no Lucro Real. Essa definição tem impacto direto sobre como os tributos são calculados e pagos, influenciando a carga tributária da organização.

O CRT é representado por um dígito que identifica o regime tributário conforme a tabela a seguir:

Código CRT Descrição
1 Simples Nacional
2 Simples Nacional - Excesso de Sublimite
3 Regime Normal (Lucro Presumido ou Lucro Real)

O uso do CRT é essencial em diversas situações:

  • Emissão de Notas Fiscais: É necessário informar o CRT ao emitir notas fiscais eletrônicas, pois ele indica o regime tributário da empresa para fins de tributação.

  • Apuração de Tributos: O CRT é fundamental para determinar o cálculo e a apuração dos tributos devidos pela empresa de acordo com seu regime tributário.

  • Declarações Fiscais: As informações do CRT são reportadas em declarações fiscais, como o SPED Contribuições e a ECF (Escrituração Contábil Fiscal), sendo essencial para a correta prestação de contas com o fisco.

A importância do CRT reside em diversos aspectos:

  • Conformidade Tributária: Garante que os tributos sejam apurados de acordo com o regime tributário correto, evitando problemas com o fisco.
  • Planejamento Tributário: Facilita a gestão e o planejamento tributário da empresa, permitindo uma análise mais precisa dos impostos a serem pagos.
  • Evitar Penalidades: A correta definição do CRT ajuda a evitar autuações fiscais decorrentes de tributação incorreta ou falta de conformidade com o regime tributário adequado.

 

Código Especificador da Substituição Tributária (CEST)

O Código Especificador da Substituição Tributária (CEST) é uma ferramenta dinâmica que identifica mercadorias e bens sujeitos ao regime de substituição tributária do ICMS. Ele foi desenvolvido para uniformizar a identificação dessas mercadorias em todo o país, tornando mais simples e transparente o processo de aplicação da substituição tributária.

O objetivo principal do CEST é garantir que as mercadorias sujeitas a esse regime sejam corretamente identificadas, o que promove uma maior eficiência na arrecadação do ICMS e facilita a fiscalização.

O CEST é composto por sete dígitos que detalham o tipo de mercadoria:

  • Os dois primeiros dígitos indicam o segmento.
  • Os três dígitos centrais representam o grupo.
  • Os dois últimos dígitos especificam o subgrupo.

O uso do CEST é essencial em várias situações:

  • Na emissão de notas fiscais, é necessário informar o CEST para mercadorias sujeitas à substituição tributária.
  • Ele também é utilizado na apuração do ICMS-ST, determinando a base de cálculo e a apuração do ICMS devido nesse regime.
  • Além disso, o CEST facilita a fiscalização e o controle das mercadorias sujeitas à substituição tributária.

Sua importância reside em garantir a conformidade com a legislação tributária, reduzir o risco de multas decorrentes de uso incorreto do regime de substituição tributária e promover transparência fiscal na aplicação do ICMS.

 

Código de Serviço (CPOM e outros)

Os Códigos de Serviço, como o CPOM (Cadastro de Prestadores de Outros Municípios), são essenciais para a correta identificação e classificação dos serviços prestados, especialmente na emissão de Notas Fiscais de Serviço (NFS-e). Eles garantem a adequada tributação do ISS (Imposto Sobre Serviços) e evitam a bitributação, assegurando que o imposto seja recolhido no município onde o serviço é realizado.

Esses códigos são utilizados para diversos fins:

  • Na emissão de NFS-e, é necessário informar o código de serviço correspondente ao tipo de serviço prestado.
  • Eles são fundamentais na apuração do ISS, ajudando a determinar a base de cálculo e o valor do imposto devido.
  • Empresas de fora do município devem se cadastrar no CPOM para evitar problemas relacionados à bitributação do ISS.

Embora os códigos de serviço possam variar de acordo com a legislação municipal, geralmente são compostos por números que especificam o tipo específico de serviço prestado. Essa padronização facilita a gestão tributária e a conformidade com as normas fiscais de cada localidade.

 

Veja Também: Desmistificando o Sistema Tributário do Brasil

 

Compreender e aplicar corretamente os códigos fiscais é fundamental para a gestão eficiente de uma empresa. Esses códigos garantem a conformidade com a legislação tributária, facilitam a gestão contábil e financeira, e proporcionam transparência nas operações comerciais. Manter-se atualizado e bem-informado sobre esses códigos é essencial para evitar penalidades e otimizar a administração do seu negócio.

 

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Perguntas mais comuns - Entenda os Principais Códigos Fiscais


Os códigos fiscais são fundamentais para garantir a conformidade tributária, evitar multas e penalidades, facilitar a gestão financeira e contábil, proporcionar transparência nas operações e auxiliar no planejamento estratégico.

Os códigos fiscais são fundamentais para garantir a conformidade tributária, evitar multas e penalidades, facilitar a gestão financeira e contábil, proporcionar transparência nas operações e auxiliar no planejamento estratégico.


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